terça-feira, 6 de maio de 2008

Resenha: O Eclipse (Drama, Romance)

O Eclipse.

Título original: L'eclisse
Diretor: Michelangelo Antonioni
Data de lançamento: 1962
País de origem: Itália
Com: Alain Delon, Monica Vitti, Francisco Rabal, Louis Seigner, Lilla Brignone, Rosana Rory.




“- está passando a reprise dum filme de Antonioni, vamos hoje à noite ?
- Antonioni é aquele daquele filme...
-o eclipse.
-...aquele filme chato ?
-chato ?
-não adianta você querer me convencer que não é, achei chatérrimo, nunca vi filme mais cansativo, só não saí antes porque estava com você...”
Trecho do conto “momento” de Luiz Vilela

Qualquer obra pode dar “a deixa” para uma outra obra. Foi a partir do trecho do conto citado acima que me veio a vontade de assistir ao filme O ECLIPSE, do diretor italiano Michelangelo Antonioni. O plano central do filme trás a tentativa de relacionamento entre vittoria (monica vitti) e piero (Alain Delon). Antonioni mostra claramente uma tentativa de expor as falácias da vida moderna na Roma dos anos 60, nos papéis de vittoria e piero: ela, vem de um término de namoro por vazios e angústias que não somem com o novo romance, intercala momentos de alegria infantil, despreocupação, e tédio com o mundo a sua volta. Ele, um corretor da bolsa de valores que faz do seu trabalho a extensão da vida fora dela, “quem vive na bolsa vê a vida através das notas bancarias”, uma inquietação nos gestos, típica da modernidade compulsória e da exigência do mercado capitalista. As personagens mostram claramente a intensão de crítica que Antonioni quer fazer a falta de comunicação ou de expressão de sentimentos. Além do tema intelectual, trás também um estilo único e minimalista de filmagens com ênfase a traços de perplexidade existencial. Um filme para se ver, e ver, achando sempre o que ainda não tinha percebido.

O filme fecha a trilogia da incomunicabilidade que conta com: A Aventura (1960), e
A Noite (1961)

Por: Isaias Faria





2 comentários:

Rodrigo HM disse...

Muito boa a postagem, filme perplexo, e bastante intrigante, se julgarmos pela crítica, faltou algumas imagens com algumas cenas.
Abraço.

Isaias de Faria disse...

aí mano rodrigo, agora ficou mais completo com as fotos sugeridas.
esperamos que quem viu, viu(e pode ver novamente). quem não viu, veja!